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Liberdade de Pensamento e Independência

da Sociedade Teosófica

Liberdade de Pensamento

Resolução aprovada pelo Conselho Geral da S.T. em 30-12-1924

 

Uma vez que a Sociedade Teosófica se espalhou por todo o mundo, e que dela se tornaram membros pessoas de todas as Religiões, as quais não renunciaram aos dogmas particulares, aos ensinamentos e às crenças das suas respetivas fés, conclui-se ser desejável acentuar o facto de não haver nenhuma doutrina ou opinião ensinada ou defendida seja por quem for, que o membro da Sociedade seja obrigado a seguir ou não tenha liberdade de aceitar ou recusar.

 

A aceitação dos seus três Objetivos é a única condição para tornar-se membro da Sociedade Teosófica. Nenhum instrutor, ou escritor, a partir de H. P. Blavatsky, tem autoridade para impor os seus ensinamentos ou opiniões aos membros. Todos os membros têm igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não têm o direito de a impor aos outros.

 

A ninguém se pode negar o direito de votar ou de ser elegível por causa das opiniões que defenda, ou por causa da escola de pensamento a que possa pertencer. As opiniões ou crenças não conferem privilégios, nem infligem penalidades.

 

Os Membros do Conselho Geral rogam encarecidamente a todos os membros da Sociedade Teosófica, que sustentem, defendam e atuem de acordo com estes princípios fundamentais da Sociedade, e exerçam, ainda, com firmeza, o direito de liberdade de pensamento e expressão, dentro dos limites de cortesia e consideração para com os demais.

 

Independência da Sociedade Teosófica

Resolução aprovada pelo Conselho Geral da S.T. em 30-12-1950

 

Embora cooperando com quaisquer outras entidades cujos objetivos possibilitem tal cooperação, a Sociedade Teosófica é e deve permanecer uma organização inteiramente independente daquelas, sem compromissos com quaisquer objetivos que não os seus, e atenta ao desenvolvimento do seu próprio trabalho, dentro das normas mais amplas e inclusivas, de modo a dirigir-se para o seu próprio fim, tal como está expresso nos seus Objetivos e na Sabedoria Divina, perseguindo estes mesmos Objetivos e essa Sabedoria Divina, a qual está em abstrato implícita no próprio nome ‘Sociedade Teosófica’.

 

Dado que a Fraternidade Universal e a Sabedoria são indefiníveis e ilimitadas, e como existe, individual e coletivamente, total liberdade de pensamento e de ação para todos os membros da Sociedade, a Sociedade Teosófica procura manter sempre o seu caráter único e distinto, permanecendo livre de filiação ou identificação relativamente a qualquer outra organização.

A Liberdade e a Responsabilidade dos Ramos
Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica (2019)

 

 

A liberdade dos Ramos é definida pelo âmbito dos Objetivos da Sociedade, assim como pela sua missão essencial de tornar a Teosofia conhecida, enquanto Sabedoria prática e vivida, a qual pode elevar a consciência humana à compreensão da Unidade da Vida. Assim sendo, embora a Sociedade não tenha um credo próprio e apoie a liberdade de pensamento, e embora seja aceitável convidar alguns oradores externos, que possam contribuir para o aprofundamento da Sabedoria Perene, não é apropriado que a nossa plataforma seja usada por esses oradores, para promoverem outras organizações, ou outros sistemas de crenças. Cada Ramo foi estabelecido pelo Presidente Internacional, para representar a Sociedade na sua área de atuação. O seu trabalho e o seu programa devem refletir o caráter, a ética altruísta e o espírito da Sociedade Teosófica.

 

A Liberdade e a Responsabilidade dos Ramos

Explicação e Enquadramento da Resolução 

 

 

A Sociedade Teosófica foi formada para mostrar ao mundo que a Teosofia existe e para ajudar as pessoas a ascenderem até ela, estudando e assimilando as suas verdades eternas. Portanto, isto determina o trabalho essencial da Sociedade, o qual está amplamente refletido nos seus Objetivos, na Declaração da sua Missão, na resolução sobre a Liberdade da Sociedade e na resolução sobre a Liberdade de Pensamento. No entanto, o Conselho Geral considera que é importante articular de forma mais profunda o âmbito da Sociedade Teosófica.

 

A Teosofia pode ser encarada como uma herança espiritual da humanidade, uma vez que os seus princípios estão na base de todas as grandes religiões do mundo. Embora a Teosofia não seja oficialmente definida na Sociedade Teosófica, constitui uma linhagem específica, a Sabedoria Divina ou Perene, que vem da mais longínqua antiguidade. Abraça a literatura, os ensinamentos e as perspetivas individuais sobre o tema, desde a inauguração da Sociedade Teosófica, mas os seus antecedentes também incluem as suas expressões nas culturas orientais e ocidentais, tais como as culturas da antiga India, China e Egipto, as tradições platónicas e neoplatónicas da antiga Grécia e da Europa, e os grandes místicos através da história. Assim, a Teosofia não é específica de uma só época ou de uma só civilização.

 

A Teosofia implica um estado regenerado da consciência, sendo o seu estudo e a sua aplicação os meios para o atingir. O princípio mais fundamental que subjaz as expressões autênticas da Teosofia é o da Unidade essencial de toda a vida, que é revelado pela interligação das formas de vida a todos os níveis, pelo caráter cíclico dos processos da vida e pela busca da plenitude feita pela humanidade. O estudo não dogmático da Teosofia conduz a um espírito de abertura mental e ao altruísmo, assim como ao desenvolvimento voluntário daquelas qualidades que podem conduzir um ser humano à autorrealização.

 

Uma vez que o fundamento da Teosofia é a unidade, a Sociedade Teosófica também existe para ajudar a fomentar a igualdade e o equilíbrio no mundo, ajudando a neutralizar atitudes discriminatórias, tais como as que contribuem para a desigualdade racial, ou de género, para o sectarismo religioso, o fundamentalismo, ou o materialismo excessivo em todas as suas formas, incluindo o materialismo ‘espiritual’. A Sociedade Teosófica fornece uma plataforma através da qual podemos investigar a nossa natureza mais profunda e desenvolvermos uma consciência cada vez mais desperta, conduzindo-nos a uma vida de responsabilidade e de profundidade. As práticas psíquicas de todos os tipos, as quais são uma extensão da natureza pessoal mais superficial, podem ser estudadas ocasionalmente, enquanto aspetos do campo mais vasto da investigação teosófica, mas não são geralmente ensinadas, nem encorajadas.

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